Home
Notícias
A seca é um dos desastres naturais mais silenciosos e persistentes que afetam o Brasil. Diferente de eventos climáticos extremos como enchentes ou ciclones, a estiagem muitas vezes se instala de forma gradual, mas pode causar impactos duradouros e severos para o meio ambiente, a economia e a população.
Segundo dados do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), 2024 registrou a seca mais extensa dos últimos 70 anos no país, afetando cerca de 58% do território nacional, o equivalente a 5 milhões de km². Neste artigo, entenda o que é a seca, quais são suas causas, consequências e como ela afeta diferentes regiões brasileiras.
A seca é um fenômeno climático caracterizado por um período prolongado com níveis de chuva abaixo da média, levando à escassez de água disponível no solo, nos rios, aquíferos e reservatórios. Pode durar semanas, meses ou até anos, afetando gravemente a agricultura, o abastecimento humano e a biodiversidade.
É importante destacar que existem diferentes tipos de seca:
É a redução anormal das chuvas em um período. Acontece quando chove muito menos do que o esperado, por semanas ou meses. É o primeiro sinal de estiagem e pode ser causada por fenômenos como El Niño ou massas de ar seco.
Surge quando a falta de chuva afeta o solo e a produção rural. As plantas não conseguem se desenvolver, pastos secam e há prejuízos nas lavouras. Mesmo com alguma chuva, se ela não for suficiente para manter a umidade da terra, a seca agrícola se instala.
É a mais grave. Ocorre quando rios, lagos e reservatórios ficam com níveis muito baixos de água, comprometendo o abastecimento das cidades e a geração de energia. Pode levar muito tempo para se recuperar, mesmo depois que a chuva volta.
A ocorrência de secas pode ser resultado tanto de causas naturais quanto de ações humanas. Para entender melhor como esse fenômeno se desenvolve, é importante conhecer os principais fatores que contribuem para sua formação:
A principal causa de uma seca é, naturalmente, a falta de chuvas. Isso pode ocorrer por fatores atmosféricos, como a presença de massas de ar seco ou alta pressão, que inibem a formação de nuvens.
O aumento da temperatura média global, impulsionado pela emissão de gases de efeito estufa, tem alterado os padrões de chuva em diversas regiões do mundo, incluindo o Brasil. Regiões já secas tendem a ficar ainda mais áridas.
O fenômeno El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico Equatorial, costuma provocar secas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Já a La Niña, com efeito oposto, tende a afetar o Sul do país. Ambos alteram significativamente o regime de chuvas.
A irrigação excessiva, o desmatamento e a urbanização sem planejamento reduzem a capacidade do solo de absorver e reter água. Isso acelera a evaporação e dificulta a recomposição dos aquíferos.
Os impactos da seca podem ser sentidos de diferentes formas, dependendo da sua duração, intensidade e da região atingida. Esse fenômeno afeta desde o meio ambiente até a vida das pessoas, comprometendo atividades econômicas, o abastecimento de água e a qualidade de vida das populações. Entre os principais efeitos, destacam-se:
A seca compromete o ciclo produtivo das lavouras, afetando desde o plantio até a colheita. Com o solo seco e a umidade insuficiente, sementes não germinam, plantas não se desenvolvem e a produtividade cai drasticamente. Na pecuária, a escassez de pasto obriga os produtores a recorrer à compra de ração, aumentando os custos. Esses prejuízos se refletem nos preços dos alimentos e na segurança alimentar da população, especialmente em regiões mais dependentes da agricultura familiar.
Com os reservatórios em níveis críticos e rios secando, as autoridades adotam medidas de racionamento para garantir o abastecimento básico. Tal estratégia acaba afetando residências, hospitais, escolas e comércios. Em áreas rurais, a situação é ainda mais grave, muitas vezes exigindo transporte de água por caminhões-pipa.
A vegetação seca se torna combustível natural para incêndios florestais, especialmente em regiões como o Cerrado, Pantanal e Amazônia, onde os períodos secos são mais intensos. Em 2024, esse risco também preocupou estados do Centro-Oeste e do Norte, colocando em perigo reservas ambientais, propriedades rurais e áreas urbanas próximas à vegetação.
Em regiões afetadas por longas estiagens, famílias inteiras perdem suas fontes de renda e alimentação. Sem condições de continuar no campo, a necessidade leva muitas pessoas a abandonarem suas terras em busca de oportunidades em centros urbanos. Isso contribui para a urbanização desordenada e o agravamento da pobreza.
A falta de água afeta diretamente o equilíbrio dos ecossistemas. Espécies vegetais não resistem ao solo seco, e animais perdem acesso a água e alimento, alterando cadeias alimentares. Algumas espécies migram, outras não sobrevivem, o que pode levar à redução de populações e até à extinção local.
De acordo com o boletim divulgado em agosto de 2024 pelo Cemaden, 3.978 municípios brasileiros apresentaram algum grau de seca, sendo 201 em condição de seca extrema. À época, a expectativa era de agravamento nos meses seguintes, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Norte, devido ao atraso no início do período chuvoso.
Além disso, 45 terras indígenas foram classificadas em seca extrema, enquanto outras 161 enfrentaram situação severa, evidenciando os impactos sociais e ambientais da estiagem prolongada. A análise foi realizada com base no Índice Integrado de Seca, que considera: Déficit de chuvas, umidade do solo abaixo do normal e vegetação seca.
Em muitas regiões do país, foram registrados mais de 120 dias consecutivos sem chuva, prejudicando as chamadas terceiras safras e comprometendo a qualidade das pastagens — com reflexos diretos na pecuária.
No Brasil, a seca é particularmente intensa em uma região específica: o Polígono das Secas. Criado oficialmente em 1968, ele abrange cerca de 1.348 municípios nos estados de: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais.
O clima da região é semiárido, com média anual de chuvas inferior a 800 mm. A vegetação predominante é a Caatinga, altamente adaptada à escassez de água. Do ponto de vista social e econômico, é uma das regiões mais pobres do país, com forte histórico de migração e vulnerabilidade hídrica.
Embora a seca seja um fenômeno natural, suas consequências podem ser atenuadas com políticas públicas e ações sustentáveis. Algumas soluções incluem: coleta e reuso da água da chuva, investimento em irrigação eficiente, reflorestamento e proteção da vegetação nativa, educação ambiental, uso de energias renováveis, fortalecimento de políticas públicas no Semiárido.
O monitoramento contínuo das condições de seca, como é feito pelo Cemaden e parceiros como o Clima ao Vivo, é essencial para emitir alertas, orientar ações de mitigação e garantir a segurança hídrica da população.
A tecnologia de câmeras ao vivo e sistemas meteorológicos permite acompanhar em tempo real as condições climáticas em diversas regiões do país, ajudando na prevenção de desastres e no planejamento agrícola.
Explore nosso site e confira as câmeras ao vivo, alertas meteorológicos e conteúdos informativos sobre os eventos climáticos que afetam o país e o mundo.
Você sabe o que é um meteoro?
Até o fim de 2100, incêndios florestais podem aumentar 50%
Você sabia que há três tipos de ciclones? Você acha que é incomum ciclones no Brasil?
AO VIVO:
Veja mais de 240 câmeras em todo o Brasil
Veja mais:
Últimas cidades ativadas
Últimos meteoros registrados
YouTube
No nosso canal do YouTube você pode conferir vídeos exclusivos de meteoros, tempestades, pancadas de chuvas, nuvens raras, dentre muitos outros fenômenos e eventos naturais e/ou extremos. Inscreva-se e recebe nosso conteúdo exclusivo.
Clique aqui e acesse nosso canal
Explore
Câmeras Ao Vivo
© 2025 Clima Ao Vivo.
Todos os direitos reservados. Startup apoiada pela FCJ Participações S.A