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O fenômeno climático La Niña está prestes a emergir, com uma probabilidade de 71% de ocorrer entre setembro e novembro de 2024, segundo previsões recentes. Esse fenômeno, que se carateriza pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Central e Oriental, poderá persistir até o início de 2025, conforme indicam as análises mais recentes do National Oceanic and Atmospheric (NOAA) e da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
O clima global continuou equilibrado em agosto, com o fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENSO) em estado neutro. No entanto, especialistas preveem que nos próximos meses poderemos ter uma La Niña fraca. Essa mudança está relacionada ao resfriamento das águas do Oceano Pacífico e a alterações nos ventos, indicando uma possível mudança no padrão climático global.
Efeitos no clima do Brasil
No país, o impacto de um La Niña pode ser mais notado em regiões como o Norte e o Nordeste, onde se espera um aumento na precipitação, especialmente em áreas como a Amazônia e o litoral nordestino. Já no Sul, a La Niña tende a reduzir a ocorrência de chuvas.
Na faixa central, os efeitos ainda são variáveis. Em eventos mais fortes de La Niña, São Paulo e Mato Grosso do Sul podem se aproximar mais dos efeitos do Sul, enquanto Minas Gerais pode apresentar condições mais semelhantes ao Nordeste, mas isso não é uma regra. Outras expectativas associada ao fenômeno é o favorecimento de massas de ar frias mais potentes e tardias, que podem influenciar as temperaturas em algumas regiões.
Mas os efeitos seriam claros com o evento começando em outubro?
A previsão de início da La Niña para outubro levanta questões sobre os impactos do fenômeno no Brasil. Uma vez que a estação chuvosa já estará em andamento a partir de dezembro, os efeitos de resfriamento e de alteração nos padrões de precipitação típicos da La Niña podem ser menos intensos, especialmente no Sudeste e Centro-Oeste.
A maior incidência de radiação solar e as temperaturas elevadas características do verão brasileiro tendem a minimizar os efeitos de deslocação de massas de ar polar associadas à La Niña, especialmente se o fenômeno se iniciar em um período próximo ao verão. No entanto, é importante ressaltar que a interação entre a La Niña e a variação climática natural pode gerar padrões de chuva e temperatura complexos e imprevisíveis em diferentes regiões do país.
Tendência de resfriamento no Atlântico: Um fator preocupante
Outro ponto importante a ser observado é a tendência de resfriamento no Atlântico, especialmente na faixa norte, pode trazer consequências negativas para o Brasil. O resfriamento das águas nessa região pode deslocar a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para o norte, prejudicando o regime de chuvas na faixa norte e nordeste do país, que já sofre com secas prolongadas. Mesmo com um La Niña de fraca intensidade, esse acoplamento entre os dois sistemas climáticos é uma questão crucial a ser monitorada nos próximos meses.
Uma La Niña em tempos de aquecimento global
Apesar do potencial resfriamento de curto prazo que a La Niña pode trazer ao clima global, a tendência de longo prazo continua sendo de aquecimento, impulsionada pelo aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera. Conforme Celeste Saulo, Secretário-Geral da OMM, “mesmo que um evento de La Niña ocorra, isso não mudará a trajetória de aumento das temperaturas globais, que continuam a bater recordes.”
O ano de 2023 foi marcado por um calor intenso em todo o mundo, e mesmo com a possibilidade de uma La Niña, esse aquecimento global não deve diminuir significativamente. A combinação da La Niña com outros fatores climáticos, como o resfriamento do Oceano Atlântico, pode mudar bastante o clima aqui no Brasil, com chuvas e temperaturas diferentes do normal. Por isso, é importante ficar de olho nas previsões do tempo.
Com informações da Climatempo.
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