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CRIME AMBIENTAL: "Dia do Fogo" na Amazônia afeta todo o país

Publicada por Clima ao Vivo em 09/01/2019
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Moradores de diversas localidades do Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste do Brasil notaram neste último final de semana (17-18 de agosto) um pôr do Sol diferente, mais alaranjado e com cores marcantes nos finais da tarde. O Sol estava bonito, mas o principal responsável por esse pôr do Sol é um crime ambiental que está em curso no Brasil.

Câmeras do Clima ao Vivo registraram toda esta fumaça por diversos estados do país. No Mato Grosso do Sul e em São Paulo, o sol desapareceu muito antes de tocar o horizonte na tarde do último domingo (18). Já no Pará, a fumaça fez com que o sol aparecesse apenas depois de romper uma espessa cortina de fumaça, no amanhecer desta segunda-feira (19).


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No locais afetados por esta fumaça, o horizonte fica escuro, com uma nuvem de poluição, e o Sol, assume uma coloração mais avermelhada ao se aproximar do horizonte. Na maioria dos casos, a fumaça fica suspensa nas camadas intermediárias da atmosfera, mas dependendo das condições meteorológicas ela pode chegar à superfície e causar alguns sintomas como irritação nos olhos e dificuldades para respirar.

O Satélite Meteorológico Geoestacionário GOES-16 registrou neste final de semana uma imensa nuvem de fumaça cobrindo boa parte do oeste da América do Sul. Essa fumaça tem origem em queimadas na Amazônia e no Pantanal, notadamente nos Estados do Pará e Rondônia. 

Um dos 16 canais desse satélite permite identificar os focos de incêndio que consomem nossa floresta e lança o Dióxido de Carbono (CO2) na atmosfera. Uma boa parte dos focos de incêndio identificados nas imagens estão em uma região ao Sul do Pará, em uma área de quase 30 mil Km² cortada pela BR 163 e que inclui parte da Área de Preservação Ambiental do Jamanxim. 

Região de Novo Progresso, PA - Fonte: Satélite GOES 16 / NOAA

O INPE já havia alertado para uma explosão dos focos de incêndio para essa área desde o dia 10 de agosto, dia em que fazendeiros da região declararam como "Dia do Fogo". Aparentemente não foram tomadas, desde então, ações suficientes para evitar a destruição da floresta e os primeiros resultados dessa ação criminosa, estamos vendo agora. 

Desde o dia 07, o Portal Conexão GeoClima já alertava para a imensa quantidade de fumaça presente na atmosfera nas regiões Norte e Centro-Oeste. Essa fumaça, levada pelas correntes de ar se deslocaram e agora, dia 19, cobrem também boa parte do Sudeste e Sul do país. 

Uma das cidades mais afetadas por essa explosão de incêndios na região é Porto Velho. Fumaça na capital de Rondônia nunca foi novidade, mas nos últimos dias a situação na cidade está tão crítica que está difícil até mesmo enxergar em meio a fumaça que paira sobre a cidade.

Reprodução/Twitter

Aos poucos, parte do dióxido de carbono (CO2) liberado pelas queimadas volta à superfície na forma de ácido carbônico junto com a chuva, e parte fica em suspensão na atmosfera provocando o efeito estufa que vem causando a elevação das temperaturas do planeta e as mudanças climáticas associadas a ela. A melhor forma de retirar o CO2 da atmosfera é pela fotossíntese realizada pelas árvores, mas são justamente elas que estão sendo queimadas.

Tragicamente, enquanto parte da nossa natureza é destruída, muitos de nós estamos distantes, nos deliciando com mais um pôr do Sol incrível, avermelhado pela fumaça resultante da morte das nossas árvores, e provavelmente, da lenta morte de nosso planeta.

* Com informações de Marcelo Zurita da Associação Paraibana de Astronomia  e Rafael Bernardino da Conexão GeoClima 

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